terça-feira, 6 de outubro de 2009

Volta da Placa "Inimigos da História"

Entrevista com Larissa Dulce e Frederico Lopes
Entrevistadora Flora Servilha - Graduanda em Jornalismo PUC-Minas



(Flora) - Onde está a placa "Inimigos da História"?
(Larissa)- Agora a placa está no seu local de origem, lugar de onde ela nunca deveria ter saído.
Depois de protestos e mobilização dos estudantes, a atual gestão do DCE "Voz dos Estudantes" voltou atrás e retornou com a placa "Inimigos da História" para a entrada do DCE.

(Flora)- Por que o DCE diz ter retirado a placa?
(Larissa)- Eles retiraram para colocar outra placa no local. Uma placa da Gestão deles, com o nome do presidente, tesoureiro e vice-presidente.
Foi confirmado que ela iria ser jogada fora, pois, estava jogada no chão, mas quando corremos e pegamos a placa eles voltaram atrás e falaram que iriam coloca-lá na sala de cartazes.

(Flora) - O movimento está surtindo efeito?
(Frederico)- O movimento não só surtiu efeito, como, atingiu sua reivindicação maior - A volta da placa para o local de origem.

(Flora) - Muitas pessoas se adaptaram?
(Larissa)- Sim, diversas pessoas aderiram. Recolhemos assinaturas no abaixo assinado, tanto virtual, como físico. A mobilização se estendeu para fora da universidade, pessoas de outras universidades aderiram, políticos (exemplo André Quintão, que cobrou a volta da placa num evento na UFMG lotada), professores, e os próprios alunos da PUC, soltamos panfletos e textos, e até pauta do último Conselho de DA´s a volta da placa foi, a situação era clara - as pessoas do DCE se equivocaram.

(Flora) - Quem criou o Movimento Collectivo?
(Frederico) - O Movimento Collectivo surgiu com a proposta dos estudantes do curso de Ciências Sociais fazerem um próprio periódico, pois, cansados de futilidade, violência e corrupção na mídia grande, resolvemos fazer um jornalzinho. O primeiro número foi um sucesso, e várias pessoas aderiram ao projeto, estudantes de outros cursos da PUC, estudantes da UFMG, UEMG, universitários de Goiás, Rio de Janeiro, etcétera.
Percebemos que a atividade jornalística historicamente esteve intrínseca à luta social. Por isso, o movimento está se estendendo de um mero jornal, passando a lutar por várias causas, uma delas a estudantil.

(Flora) - O que vocês estão fazendo pela volta da placa?
(Larissa) - Fizemos muito pela volta da placa. A mobilização teve várias ações, entre elas: divulgação do que estava acontecendo através de panfletos, emails, blogs, textos e boca-a-boca.
Depois começamos a recolher assinaturas no blog e no abaixo-assinado.
Fizemos reuniões para discutirmos as ações, principalmente com os estudantes da Humanas, e levamos o fato até o Conselho de DA´s.
(Frederico) Divulgamos o caso para fora da PUC, pois assim a pressão seria maior.
E demos um ultimato para as pessoas do DCE, ou a placa volta para o local de origem ou vamos tomar atitudes, pensamos até em ocupar do DCE.
Com a pressão eles afirmaram que iriam voltar com a placa, sendo colocada na última segunda-feira.
A luta pela volta da placa é simbólica, assim como a placa em si. As reivindicações são muito maiores, pois, temos diversos problemas não só na PUC mais na educação em geral.
Essa mobilização demonstra que os estudantes têm poder, e quando se cria uma unidade em prol de uma causa a vitória é quase inevitável.
E o Movimento Collectivo surgiu para isso, lutar pelo passe livre estudantil, pelo livre acesso nas universidades públicas, 10% do PIB aplicado na Educação, salários dignos para os professores, entre diversas outras coisas que melhorariam a educação brasileira e consequentemente o país.




Leandro Alves, presidente do DCE, inaugurando a placa com o seu nome.

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